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04 novembro 2013

Quem assistiu a matéria sobre os produtos para alisamento no Fantástico em 03/11/2013?

Olá, meninas!

A minha caixa de mail amanheceu hoje repleta de dúvidas das leitoras sobre a matéria exibida ontem, domingo - 03/11/2013, no Programa Fantástico/ Rede Globo
O Formol em seu estado químico puro está proibido para uso cosmético no Brasil desde 2009, e de lá para cá os fabricantes tentaram ajustar suas formulações. Assim como a maioria dos consumidores, não tenho graduação em Química ou Engenharia Química para entender de forma pormenorizada que tipo de reações causa os componentes de um derterminado produto.



 Toda vez que chego em um salão o que mais me incomoda é o forte cheiro ácido, fora a nuvem vaporizada que me faz tossir. E claro, sei que esse esse odor e a fumaça é provocada pelos produtos alisantes. Seja qual for a nomenclatura adotada - progressiva, realinhamento, botox, detox etc,
fico sempre com meu desconfiômento piscando. 

Por outro lado, sempre parti do princípio que se um produto recebe registro da Anvisa, foi porque o mesmo foi submetido a testes de eficácia e está de acordo com normas sanitárias específicas vigentes. 
O principal alerta feito pela reportagem diz respeito ao ácido glioxílico, que em contato com o calor sofre reação química e se transforma em formaldeído (derivado do formol, que pode ser verificado por meio de vaporização característica).

Fiquei muito preocupada porque como consumidora defendo que a Anvisa tem coresponsabilidade sobre a liberação da comercialização e uso de tais produtos, classificando-os de acordo com uma escala de graus de segurança.  Outro detalhe diz respeito as informações que constam nas rotulagens, que alegam que os produtos podem ser usados em todos os tipos de cabelo (com químicas preexistentes ou não). Fora isso, a matéria mostrou que grávidas e crianças fazem tratamentos para alisar os fios.

De acordo com a reportagem:

 "Os produtos de Grau 1 são aqueles que não oferecem risco e não precisam passar por testes de segurança.

Os produtos de Grau 2, que incluem todos os produtos destinados a crianças, precisam desses testes.

Os produtos testados na matéria que liberaram formol foram registrados como Grau 1. Mas de acordo com a Anvisa, deveria ser Grau 2."

E eu logo me perguntei: A Anvisa não testou??? Como então é feita a classificação sem os devidos testes de segurança? Tudo não deveria ser testado, seja pela própria Anvisa ou por laboratórios credenciados pela instituição?

Os fabricantes se defendem geralmente alegando que possuem seus próprios departamentos técnicos para testes de produtos (é obrigatório que um farmacêutico ou químico responsabilize-se pelo produto) e informam que eles estão de acordo com o exigido pela Anvisa. Outro argumento é que tais reações químicas não geram formol ou derivados. 

Independente das marcas/fabricantes, o que mais fiquei chocada foi com a postura de nosso principal órgão de  regulamentação do setor cosmético e farmacêutico. Fora isso, também lamentei em ver gestantes e meninas fazendo alisamentos.

Cada personagem envolvido tem sua parcela de responsabilidade: fabricantes, Anvisa e profissionais. O que mais defendo aqui no blog é o direito do consumidor em obter informações sobre os produtos que compra. O consumidor antes de decidir por determinado tratamento (estético ou terapêutico) tem o direito de saber suas indicações, resultados esperados e sobretudo os riscos. Os profissionais da beleza ou da saúde devem assumir o papel de prestar o melhor atendimento aos seus clientes.
Somente com  informações claras e precisas o consumidor poderá ter parâmetros para decidir se se submeterá ou não um determinado procedimento. A responsabilidade não pode ser toda do consumidor. Se um produto tem registro na Anvisa, a responsabilidade legal entendo que deva ser compartilhada - a culpa não é somente do fabricante. Se componentes como formol (ou outros) trazem malefícios à saúde, com base em estudos ciêntificos sérios, estes não poderiam ser liberados; ou se forem, que sejam bem estabelecidas normas de segurança para seu uso.

Um bom exemplo foi quando eu fiz tratamento de pele com a substância ISOTRETINOÍNA ORAL. Meu médico conversou comigo de forma bastante detalhada sobre o que é a substância, seus efeitos colaterais, reações adversas e resultados esperados. Fora isso, o medicamento tem grau de segurança alto e é terminantemente proíbido engravidar durante o tratamento. Ele me passou orientações sobre a importância de fazer duplo método contracpetivo e por fim assinei termo de responsabilidade legal atestando que recebi todas as informações para poder decidir pelo uso do medicamento. Ao comprar o medicamento na farmácia, também assinei termo comprobatório, bem como ficou retida a receita com todos os meus dados. 
Como vocês podem perceber, houve o compartilhamento de responsabilidade: laboratório farmacêutico, Anvisa, médico e farmácia. E por fim, coube somente a mim decidir se faria ou não o uso da substância. Durante todo o tratamento tive ciência dos riscos.

Enfim, o tema é bastante polêmico. Como vocês sabem, eu nunca fiz e nem em sonho posso fazer qualquer tipo de alisamento por causa de minha queda de cabelo. 
O motivo deste artigo foi expor o que penso sobre o tema e reforçar o que mais defendo aqui no blog - DIREITOS DO CONSUMIDOR.
Se vocês fazem alisamentos, seja qual for o produto/método, pesquisem, tentem buscar informações e o mais importante - tenham ciência de eventuais riscos/consequências.

Sempre que tinha uma dúvida com relação a um produto, entrava em contato com os canais da  Anvisa. Depois do que vi na matéria foi grande a minha decepção. O órgão oficial deve rever seus critérios e métodos de avaliação para que quando comprarmos um cosmético, ao lermos a rotulagem tenhamos garantidas informações claras sobre o grau de segurança ou perigo que ele oferece.




É isso, gente. Faço aqui um apelo para quem por ventura tenha formação em Química, Engenharia Química, Farmácia ou  Cosmetologia possa comentar e manifestar suas respectivas opiniões profissionais.

Desde já agradeço pelos comentários!