Projeto do Instituto Moreira Salles celebra neste dia 31 de outubro o Dia D, quando Carlos Drummond de Andrade completaria 109 anos. Proposta é criar data especial em homenagem ao poeta e a singuralidade de obra. O Dia D Drummond é inspirado em iniciativa semelhante, quando não só os irlandeses mas gente de todo os cantos festejam o escritor James Joyce, anualmente, em 16 de junho, com o Bloomsday. Eu adorei essa ideia. Afinal beleza tem tudo haver com poesia!
Para fazer parte dessa festa, escolhi o pome Infância. Você pode ouvi-lo na voz de Drummond no link (Projeto Memória Viva)
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala – e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu... Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala – e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu... Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
Fontes:
diadrummond.ims.uol.com.br/
http://www.memoriaviva.com.br/drummond/verso.htm